Estresse no Trabalho

Falar de estresse no trabalho é falar de saúde, de bem-estar, mas também de produtividade e de todos os seus desdobramentos.

Causas e Consequências do Estresse no Trabalho

Ao observarmos a lógica do sistema capitalista, em que o binômio “concorrência x balanço financeiro”, exerce grande pressão sobre as pessoas jurídicas, constituídas, por sua vez, de pessoas físicas, humanas, passíveis de estresse, concluímos que os fatores pressão e estresse são inerentes ao ambiente corporativo.

Devemos concordar que ambos têm o poder de colocar as pessoas em movimento, ao gerar necessidades e desconforto, fundamentais para o desenvolvimento e o aprimoramento.

No entanto, tudo em excesso provoca efeitos colaterais. Pressão em excesso gera estresse em demasia, acarretando perda de saúde, do comprometimento, de qualidade na prestação dos serviços, de eficiência, de produtividade, de rentabilidade e da eficácia.

Segundo a revista ISTO É, uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma), que atua em 12 países, “revelou que 70% dos trabalhadores registrados no Brasil sofrem de stress ocupacional[1], o grande vilão da saúde e um dos principais problemas das empresas brasileiras.

A mesma matéria informa que “o stress ocupacional causa dores musculares, enxaqueca, irritação, problemas digestivos, mudanças de humor e falta de concentração”, resultado da somatização de problemas causados pela sobrecarga de trabalho, a falta de autonomia, a pressão excessiva para o cumprimento de metas, o desentendimento com colegas de equipe e líderes, a falta de reconhecimento profissional e financeiro, a falta de oportunidades de crescimento de carreira, e locais de trabalho inflexíveis, com regras excessivas, por exemplo.

Segundo a psicóloga Ana Rossi, 30% das pessoas atingidas pelo problema apresentam um grau de esgotamento que pode levar à depressão e à morte.

No Brasil, estima-se que os custos relacionados à rotatividade, licenças médicas, queda na produtividade e faltas no trabalho atinjam 3,5% do PIB.

Segundo matéria jurídica, do site Jusbrasil[2], o estresse é a 3ª causa de afastamento de funcionários, por mais de 15 dias, no Brasil.

Um estudo da sociedade americana de recursos humanos, a SHRM, revela que “quando cobrem alguém, os superiores ficam 15% menos produtivos, e os colegas, 30%. Quase metade das ausências reflete-se em horas extras dos que ficam”[3].

Ações trabalhistas, referentes ao chamado estresse ocupacional, são cada vez mais frequentes. Só para citar alguns exemplos, a rede Extra de supermercados foi condenada a pagar indenização de R$ 20 mil a uma atendente[4]; o Itaú Unibanco foi condenado a pagar R$ 60 mil a um ex-gerente[5]; o mesmo banco foi condenado a pagar R$ 200 mil a título de danos morais, à família de um gerente falecido após um infarto, ocasionado por estresse[6].

Fatores Estressantes

Podemos observamos que, em um ambiente de trabalho, as pressões ocorrem de diversas formas. Ocorrem pelos chamados fatores estressantes, que podem ser físicos (ambiente), sociais (relacionamento com as pessoas) ou emocionais (abstratos). Vejamos alguns exemplos:

Fatores físicos: Calor, frio, barulho, poluição do ar;

Fatores Sociais:  O chefe, os colegas de trabalho (“picuinhas”, “reclamações”, “falta de cooperação”, “negativismo”, erros e falhas que sobrecarregam os demais), os clientes (especialmente os mais exigentes ou insatisfeitos), investigação pública das atividades (auditorias e vistorias);

Fatores Emocionais:  Prazos (prazos contábeis, fiscais, financeiros e comerciais), risco percebido de lesão física; risco financeiro pessoal; expectativa de fracasso (as mudanças constantes provocam insegurança na equipe), necessidade constante de prestação de contas, extrema cobrança por metas e resultados;

Como podemos observar, os fatores acima parecem estar presentes, em maior ou menor grau, em quase todas as empresas, independentemente de sua área de atuação.

Desta forma, sendo improvável eliminarmos por completo os fatores estressantes, cabe às organizações, por meio de suas lideranças, atuar sobre eles, com o intuito de minimizar os efeitos colaterais supracitados.

Foco na redução do estresse no trabalho

A “Organização Mundial da Saúde (OMS) lembra a importância de empresas e gestores do mundo todo adotarem iniciativas que promovam o bem-estar físico e psicológico de funcionários no ambiente de trabalho”[7].

O jornal O Estado de São Paulo[8] publicou uma matéria com o título “Colaboradores felizes são mais produtivos e vendem mais”, na qual relata estudo realizado por Andrew Oswald, especialista da Universidade de Warwick (Reino Unido), apontando que “empregados felizes são 12% mais produtivos”.

A mesma matéria cita pesquisa realizada por Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia (EUA), que mostra que “há um aumento de 37% nas vendas e três vezes mais criatividade dos funcionários mais satisfeitos”.

Em 2017, a revista InfoMoney publicou o artigo[9]Hospital viu seu lucro crescer 12,5% com projeto ‘Felicidade no Trabalho’”, promovido pelo Instituto Feliciência, que tem o propósito de humanização para atingir resultados, utilizando metodologia FIB (Felicidade Interna Bruta), defendida pela ONU desde 2012.

Para a Solides[10], empresa especialista em software para identificação de perfil comportamental usado em processo de contratação, gestão e desenvolvimento de pessoas, “colaboradores engajados atingem uma performance melhor que os desengajados em 25%”.

Segundo a OAPCE, empresa especializada em qualidade de vida e responsabilidade social, “para cada Real investido em QVT (qualidade de vida no trabalho) e prevenção de acidentes, R$ 4,00 são gerados, devido a vários fatores, como redução do absenteísmo, aumento da eficiência e produtividade das equipes, satisfação e organização dos colaboradores, entre outros”[11].

Por essas e outras razões, ações que visem a melhora da qualidade de vida dos colaboradores, bem como do clima organizacional, têm sido foco de grandes empresas pelo mundo.

E você, líder, o que tem feito para minimizar os efeitos dos fatores estressantes e aumentar a qualidade de vida da sua equipe?

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Eu sou Fabio Frasson. Espero ter contribuído com seu caminhar.

Desejo a você muito sucesso e resultados extraordinários.

Vamos Juntos, Evoluindo Sempre!


[1] https://istoe.com.br/292_O+PREJUIZO+DO+STRESS+NO+TRABALHO/

[2] https://patchag.jusbrasil.com.br/noticias/359308324/estresse-pode-aumentar-o-afastamento-de-funcionarios?ref=topic_feed

[3] https://exame.abril.com.br/negocios/precisamos-falar-sobre-estresse/

[4] https://eduardoosmarinipruche.jusbrasil.com.br/noticias/477738686/extra-tera-que-indenizar-atendente-com-estresse-ocupacional-devido-a-pressoes-de-clientes?ref=topic_feed

[5] https://viniciusgmp.jusbrasil.com.br/noticias/186911964/ex-gerente-ganha-acao-contra-itau-por-sindrome-do-esgotamento-profissional-causado-por-estresse?ref=topic_feed

[6] https://drmonnerat.jusbrasil.com.br/artigos/195619405/infartou-no-trabalho?ref=topic_feed

[7] https://nacoesunidas.org/oms-empresas-devem-promover-saude-mental-de-funcionarios-no-ambiente-trabalho/

[8] https://economia.estadao.com.br/noticias/seu-dinheiro,colaboradores-felizes-sao-mais-produtivos-e-vendem-mais-diz-estudo,70002028006

[9] https://www.infomoney.com.br/negocios/noticia/7132235/hospital-viu-seu-lucro-crescer-com-projeto-felicidade-trabalho

[10] https://blog.solides.com.br/importancia-endomarketing-organizacoes/

[11] http://www.oapce.com.br/convencendo-sua-diretoria-a-investir-em-qvt-retorno-financeiro/#

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